Lênin Landgraf e João Marinônio Carneiro Lages
Ilustres rio-grandinos: Rubio Brasiliano Ferreira
Lênin Landgraf
Mestre em História (UFPel)
[email protected]
João Marinônio Carneiro Lages
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande
Seguidamente em minhas contribuições para o Diário Popular trato sobre a história, cultura e tradição da cidade do Rio Grande. Dessa vez, fugindo das personalidades citadas no Hino da cidade, das quais tratei de Tamandaré, Porto Alegre, Netto e Dias em uma série de artigos anterior, falarei sobre Rubio Brasiliano Ferreira. O presente artigo é em colaboração com o Prof. João Marinônio Carneiro Lages, que é titular da Cadeira nº 37 na Academia Rio-Grandina de Letras, que tem como patrono, Rubio.
Ao tomar posse como acadêmico titular na ARL, no dia 3 do corrente mês, ouvi com atenção as palavras do meu padrinho, Prof. Lages, e, na posse da nova diretoria, o discurso do novo presidente, Ronaldo Gerundo. Ambos apontaram um caminho, que embora pareça óbvio, por vezes é tortuoso. As figuras dos patronos de uma academia devem ser relembradas e comemoradas seguidamente, afinal, é esse um dos objetivos de nossas instituições literatas: preservar e propagar a vida e obra desses homenageados. Nesse sentido, em parceria com o Prof. Lages, hoje viemos homenagear seu patrono.
Rubio Brasiliano Ferreira nasceu em Rio Grande em 17 de dezembro de 1912, filho de José Brasiliano Ferreira e Julieta Soares Ferreira. Se vivo, estaria completando nesse sábado 110 anos. Concluiu em Rio Grande a primeira parte de seus estudos, indo, por orientação do pai, para Aracaju, capital do Sergipe, para sua profissionalização. Na capital sergipana, formou-se em Contabilidade pelo Curso Comercial Costa Leite. Tornou-se na região um grande e reconhecido professor, poeta, jornalista, historiador, sociólogo, romancista, teatrólogo e muitas outras atividades que exercia com maestria.
Após alguns anos, retornou para Rio Grande, onde foi admitido através de concurso como professor de português no Ginásio Municipal Lemos Júnior. Exerceu, ainda, a docência em outras instituições privadas, onde mais uma vez teve destacada atuação. Nesse mesmo período, assumiu a chefia de redação de alguns jornais rio-grandinos, entre eles o Echo do Sul, O Tempo e a Gazeta da Tarde.
Mesmo com atuação em diversas áreas, não lhe faltava tempo para estudar. Foi aprovado em concurso para o cargo de escrivão de órfãos e ausentes no Fórum do Rio Grande. Sofrendo com problemas de saúde e com recomendação médica, transferiu-se para a cidade de Erechim, onde exerceu o mesmo cargo aqui conquistado. Lá, fundou e foi redator-chefe da Revista de Erexim, tabloide que circulava mensalmente e circulou de junho de 1951 a dezembro de 1959. Em 1960, já recuperado, mudou-se para Porto Alegre, onde foi aprovado através de concurso para a cátedra de português do Ginásio Estadual Ruy Barbosa. Entre suas atividades, ainda é de notar-se que em 1937, em Rio Grande, foi um dos fundadores do Grêmio Rio-Grandino de Letras. Foi titular da Cadeira de Letras do Rio Grande do Sul e da Academia Sul Rio-Grandense de Letras.
Faleceu em 17 de julho de 1964, na capital gaúcha, com apenas 51 anos. Em 1968, seus restos mortais foram trazidos para Rio Grande, onde é possível ler em sua lápide: "Prof. Rubio Brasiliano Ferreira, que Deus console as dores que levas deste mundo e deixe ficar entre os homens todo o bem que aqui semeastes!".
Conferencista, cronista, jornalista historiador, mas acima de tudo, professor. Rubio Brasiliano Ferreira é mais um destacado filho da cidade do Rio Grande.
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